sábado, 31 de janeiro de 2009

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Reis da Folia

Por César Ferreira


Fotografia e Pesquisa Acadêmica




Tradições religiosas nas senzalas de Machadinha
Texto: Orávio de Campos
Fotos: Wellington Cordeiro

Quem teve sensibilidade de olhar em direção à Cadeia do Mar, do espaço aberto entre os tabuleiros de canas que cercam Machadinha - importante sitio arqueológico do país e situado em Quissamã - pode divisar as nuvens cinzentas se formando na moldura das montanhas lá para as bandas do oeste, enchendo de esperanças de chuvas propícias para animar a lavoura e amainar a canícula de sol a pino.
Aconteceu no sábado, primeiro dia de março. Artistas da fotografia clicaram pelas cercanias registrando ora paisagens de casarões em ruínas, ora detalhes da bem cuidada praça. Alunos pesquisadores do NIPEC/UNIFLU/FAFIC, estudaram antigas senzalas e conversaram com a população nelas inserida, enquanto preparavam cenas para um documentário sobre as tradições afro-brasileiras.
A missão era a de contribuir para a (re) construção do antigo terreiro dedicado ao Pai Oxossi, representação pós-moderna das tradições religiosas dos negros oriundos de Angola e de outras regiões do Golfo da Guiné, apesar de se reconhecer o quão forte era o catolicismo barroco praticado pelos senhores do engenho, no altar da igreja dedicada à Nossa Senhora do Patrocínio, datada de 1833.
CASA DOS ORIXÁS – A teoria de Paul Veyne, no livro “Como se escreve a história”, (UnB, 4ª Edição/1998), fala sobre as lacunas que precisam ser preenchidas pelos pesquisadores, uma vez que não se recupera o passado na totalidade, mas apenas seus fragmentos. E ai pode-se imaginar que, durante a escravidão, os negros, em noites de heresia, desenvolvessem rituais aos seus santos de cabeça.
A possibilidade é apenas rizomática (Veyne) mas existiu, em Machadinha, um culto de candomblé, provavelmente da nação Gêge ou mesmo da Nagô e/ou Jexá. O terreiro da babá Guilhermina Rodrigues de Azevedo, conhecida por Dona Cheiro, 66 anos de preservação da religiosidade de Machadinha, é apenas uma continuação, com o feitio de Umbanda - instância de densidade essencialmente brasileira.
Fechado há 16 anos, o templo de Pai Oxossi, é uma referência histórica que compõe o cenário das senzalas. Com a recuperação das tradições sociais do lugarejo, o que ainda ocorre pela sensibilidade do poder executivo do município, seu espaço, com o nome de Casa das Tradições Religiosas Afro-Brasileiras de Machadinha, deveria ser mantido em nome da cultura, ainda existente no local, mas em estado residual.
A pedagoga Neusimar da Hora, que, juntamente com a universitária Jovana Patrícia Barcelos da Hora, dirigiu a celebração do reinicio das atividades do terreiro, disse: “Não podemos imaginar a reforma de Machadinha sem um espaço de suas tradições religiosas de raiz”. O ato, presenciado por fotógrafos, estudantes e jornalistas, contou com improvisação de um altar dedicado a Pai Oxossi.
Da “casa” das oferendas fluíram imagens desbotadas pelo tempo. São Sebastião, São Jorge Guerreiro e “figuras” de chão - exus na tradição de Umbanda. Uma gira foi celebrada com cânticos ao patrono, a Ogum, a Iemanjá e a outros orixás, destacando-se o final dedicado às almas, tendo como ogã oficial o Waldecy dos Santos, cujas mãos pareciam conhecer, de cor, o espaço sagrado do tambor.
CLIMA DE MAGIA – A chuva acabou não caindo nas terras de Quissamã. Apenas chuviscos como lágrimas de natureza dedicadas às sombras adejando no ambiente com suas túnicas douradas e azuis. Do lado do casarão, arriado ao peso dos anos e mostrando que os impérios também caem ao fragor das ondas temporais, vêm gritos penitentes, ou, talvez, o efeito do vento soprando nas árvores.
Ao entardecer, uma cortina negra fechou no horizonte o cenário de mais um dia que passou. A noite de luar minguante não custou a chegar e, no silêncio das senzalas de Machadinha, que nunca ruíram de cansaço porque as descendências se encarregaram de manter-lhes a vida palpitante, ficaram as lembranças mais sentidas e, de longe, a impressão de se ouvir tambores rufando fortes em tempo de magia.
(Núcleo de Iniciação à Pesquisa Científica em Comunicação – UNIFLU/FAFIC)




* Trabalho realizado durante o passeio fotográfico em Quissamã promovido pela Casa da Fotografia de Campos. É um exemplo da fotografia aliada ao trabalho de pesquisa acadêmica.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Reis da Folia

Por César Ferreira













Reis da Folia é um ensaio experimental realizado durante encontro de Folia de Reis no municipio de São Fidélis. Diariamente, às 14h, uma nova imagem para ilustrar a Casa.

Marcas do Tempo

Por Hugo Prates



O título é clichê e foto também, mas pra começar tá bom.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Meu primeiro ensaio de 2009

Por Wellingnton Cordeiro

Minha colaboração inicial para a manutenção do blog vai em forma de ensaio fotográfico. Trata-se do meu primeiro ensaio deste ano feito no distrito de Santo Amaro em Campos. O objetivo era retartar o abandono da Lira Musical do local que se encontra em péssimo estado.
Espero que nossos coleguinhas fotógrafos participem mais efetivamente do blog para que se mantenha vivo esse canal de interação entre artistas da imagem e público.

Fotos: Wellington Cordeiro






































Bem disse Drummond:
"A moldura deste retratoEm vão prendem seus personagensEstão alí voluntariamenteSaberiam — se preciso — voar".






































* Wellington Cordeiro é repórter fotográfico.